Dança dos Figurinos: entrevista com Ronaldo Fraga

A nossa história está intrinsicamente ligada aos figurinos. Os tecidos, formas, volumes e composições são intimamente relacionados aos corpos dos bailarinos, aos episódios, conceitos e linguagens que compõem a nossa trajetória. Os figurinistas tiveram um papel importantíssimo na composição cênica e artística do Grupo, e muitos deles já eram ou e se tornaram grandes amigos que temos o prazer de contar e nos inspirar!

Hoje vamos falar um pouco sobre a nossa entrevista com o Ronaldo Fraga, mineiro, de Belo Horizonte. Ele é um dos nomes mais conceituados do cenário da moda no país e já fez figurinos para diversos artistas. Com o Grupo Primeiro Ato, ele elaborou e assinou as peças do espetáculo Adorno (2010). A conversa foi deliciosa e vocês podem conferir alguns trechos abaixo:

Uma das colocações de Ronaldo que nos chamou a atenção é a de que para ele, fazer roupas para o mundo da moda e para apresentações artísticas é a mesma coisa. Segundo o artista, ambos formam os personagens que vestimos e dizem muito daquilo que acreditamos e identificamos, como também, do que não somos e queremos aparentar. A humildade com que ele se expressa a respeito da experiência profissional também foi um ponto de reflexão, já que para ele ela pode te levar a repetição, e sem emoção e riscos o trabalho pode ficar morno.

Ronaldo considera essencial sentir prazer em fazer um projeto e gostar da ideia. Sua paixão com o nordeste e norte de Minas também é marcante: “o borogodó está lá… onde me oxigeno, inspiro e renovo”. Mário de Andrade é um de seus mentores intelectuais, que trouxe essa importância de pensar e sentir essa região do país. Para o artista, a face da formação mestiça, onde o Brasil efetivamente se misturou é lá. A gastronomia, música, histórias, revelam muito isso. Essa raiz cultural da chegada dos cristãos novos na mistura com povos africanos e indígenas. “O nordeste é a nossa face do diverso!”.

Para finalizar, destacamos o impacto do período pandêmico em sua vida e nas nossas vidas. O artista acredita que envelhecemos muitos anos nessa experiência e que é necessária e urgente a reinvenção de um novo mundo!

Gostou? O que mais você gostaria de saber sobre estes assuntos?

Na semana que vem vamos mostrar um pouco da nossa entrevista com o Pablo Ramon. Esperamos vocês!

Esse projeto é contemplado pelo edital da Lei Aldir Blanc 2020, do estado de Minas Gerais.

 

 

 

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