Dança dos Figurinos: entrevista com os bailarinos Alex Dias e Marcela Rosa

Que tarde cheia de emoções! Os bailarinos Alex Dias e Marcela Rosa, passaram por muitos primeiros atos, por muitas fases do grupo.

Para Suely Machado o que os distingue no Primeiro Ato é essa trajetória de tantas possibilidades diferentes, de vestir tantos figurinos e momentos, a permanência. Alex só não vestiu os figurinos dos trabalhos Tigarigari e Cavalheiros de copas. Ele participou de todas as outras montagens e já foi coreógrafo de importantes e premiados trabalhos. A Marcela está presente desde os trabalhos da primeira década do Grupo, só não participou de 3 Ave Marias e Um Pai Nosso e Bons Motivos. Brilhante bailarina, ela também é professora da escola e assistente de direção.

– ” ..cada espetáculo é um corpo diferente, já trabalhamos com vários coreógrafos e propostas diferentes, e a direção da Suely não é a mesma, e faz a gente buscar outros corpos, outros gestos e sujeitos dançantes. Mesmo quando não há um personagem para ser caracterizado temos a nossa pele e nosso corpo que está a serviço de um processo, então temos que nos encontrar a nossa atitude e qualidade de movimento. Um caminho… Esse movimento tem gente dentro dele. Construir ele é construir essa pessoa. Com os anos foram entrando camadas de intenções, sentimentos e experiências em mim. Nos colocamos a prova o tempo inteiro com o nosso trabalho! “Alex Dias.

A dança do Primeiro Ato permite a maturidade, os diferentes corpos em cena, as diferentes maneiras de se estruturar.

“As histórias ficam gravadas no corpo, nas células, nas sensações, um cheiro, coisas sutis, os palcos, coxias… os corpos e as pessoas se transformam nesses processos e por isso que é vida pra mim permanecer, aprendi e continuo aprendendo, não para nunca.” Marcela Rosa. Ela entrou com 18 anos na escola, e lembra que passou pelo prazer a escolha de estar e de continuar no 1 ato, escolhendo a dança como profissão. “(…) É aqui que eu me sinto bem fazendo. Com esse jeito, com esse trabalho de grupo, criando, me espelhando no outro, etc (…) Isso me fez sentir que tenho um espaço, que eu poderia construir, e isso é bom demais e tão raro!” Marcela Rosa.

Vejam abaixo um pouco dessa conversa em grupo, junto a Suely Machado e aos bailarinos mais jovens que integram o grupo atualmente:

Marcela também contou aos meninos de seus desafios e conquistas nessa trajetória, da sua entrega e da participação marcante do coreógrafo Arrieta em um momento de sua carreira e da Mestra Betina Belomo. Enquanto Alex expos a sua dificuldade de se abrir em um primeiro momento, até a coisa pegar ele… E de como foi impactante a primeira vez que viu uma apresentação do Primeiro Ato, no “Terça da Dança”, quando ele estava voltando de Nova York, e como os corpos felizes daquela apresentação e a conexão com a vida, despertaram o seu desejo.

Sobre os figurinos, Macela destacou o processo aos poucos do surgimento das peças finais. Para ela, não teve nenhum que marcou mais,  para ela, todos a marcaram. “Eles trazem a energia da história e complementam a cena e a nossa construção. No Beijo, que os bailarinos tinham vários figurinos, ela destacou o maio e sapato da miss, o vestidinho da solteirona e os biquinis da buchinha. Mas para ela todos são muito intrínsecos aos artistas e as cenas. Ela gosta de colocar os figurinos quase na última hora, se não cansa ela, porque eles já a transformam e preparam para a cena. E Alex lembrou do espetáculo Isso Aqui Não é Gottam City, o figurino e personagem do chinês, e o do Sem Lugar. Para ele o figurino também o faz entrar no espetáculo e na cena.

Eles destacaram como a Suely Machado como diretora cênica, muda tudo em suas histórias. E sssa longa história de cumplicidade é um pilar do Primeiro Ato!

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